sábado, 31 de outubro de 2015

A crônica


Lembra da crônica da seleção? pois bem, acho que o senhor recrutador gostou sim da minha humilde narração... Caixa de entrada de e-mail: Você foi pré- selecionado para a vaga de pesquisador na agência tal... Ainda bem! qualquer tema é qualquer tema, qualquer gênero é qualquer gênero seria até injusto, não considerarem, mas escrever uma crônica novamente para um processo seletivo nunca mais né? isso foi apenas um reflexo mal pensado do pensamento poético naquele dia... É trocar o certo da dissertação pelo duvidoso de outro gênero né...  De qualquer forma  minha crônica dos peixinhos me encaminhou para uma nova etapa do emprego do sr Google.
Mas não se esqueça querida Andreza dissertar sempre!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O emprego


Entrevista marcada às 15:00 da tarde, Cândido Azeredo...
-Oi, Boa tarde tenho uma entrevista marcada às 15:00.
-Ah sim é com a Raquel pode aguardar aqui.
Três pessoas aguardam a entrevista, uma moça, e duas senhoras mais maduras... Converso com a moça, e ela me diz que se for para vendedor externo vai dispensar a oportunidade, bem eu tinha certeza que era sim para vendedor externo, pois já havia feito entrevista no local, menos uma concorrente, pensei aliviada... A primeira senhora entra demora um pouquinho, despede-se e vai-se embora sorrindo. A moça entra e saí rapidamente e exclama: É vendedor externo eu não quero não trabalhar no sol! Ok, eu quero... A outra senhora entra demora um pouco saí e me deseja boa sorte.
-Oi, boa tarde!
-Oi, boa tarde pode se sentar, meu nome é Raquel, você já fez uma entrevista aqui antes né com a Priscila.
-Sim, essa é minha segunda vez aqui.
-Pois bem Andreza, você já trabalhou como operadora de caixa, me conte como foi essa experiência sua...
Blá, blá, blá, de entrevistado....
Então Andreza me fale um pouco de você, suas qualidades...
Hum... Sou paciente, tranquila, consigo reverter situações do dia a dia sem causar intrigas e conflitos... Mais blá blá de entrevistando, mais blá, blá de entrevistador....
-Então Andreza, a vaga que a gente tem aqui é para vendedor externo, ou seja você vai apresentar nossos serviços nas ruas, nos bairros, é de porta em porta mesmo, eu era branquinha e já estou moreninha, por mais que a gente passe protetor solar não tem como, eu gosto de explicar a pessoa muito bem explicado depois ela acha que é uma coisa que não é, você vai trabalhar com metas, você vai receber por comissão.... Algum problema pra você?
-Problema algum...
-Então, Você pode começar amanha, as 08:00 pra você conhecer a turma, entrosar com o pessoal,   tudo bem?
-Hãn? já começo amanha?
-sim
-Nossa que bom! minha mãe vai ficar feliz demais Obrigada! (ops... lá vem você né Andreza, calma deixa chegar em casa primeiro, vai que te acham imatura... se decomponha, arranhe a garganta e agradeça finamente)
-Hum, gostei, que bom gostei da sua animação...
 Disse a recrutadora sorrindo.
Acredite meus olhos até encheram de lágrimas... Porta em porta, sol, sol... muito sol... Metas... Qual é o problema em terra de crise quem tem emprego é rei, quem disse que um limão não pode virar uma limonada? Eu daria o meu melhor e estaria tudo certo... Cartão de Todos lá vou eu! Eu nunca tive experiência com vendas e tudo era novidade e se era novidade era algo a ser aprendido, e aproveitado...
Quem é aquela menina que foi quase atropelada no cruzamento com um sorriso ate as orelhas, aquela menina? Ah sim, aquela da entrevista do vendedor externo. Externo de sol em sol? Sim isso mesmo vendedor de convênios de saúde... E lá vamos nós rumo a mais uma agência de empregos... Dá uma olhadinha nas vagas né, foi lá que descobri que estava acontecendo a entrevista do pesquisador... E lá vamos nós aguardar mais um pouco, era entrevista livre, então resolvi aguardar.
Voltando ao cartão de todos... Primeiro dia de emprego, um rapaz e uma moça conversam na porta do escritório... Embaraçada me aproximo.
-Oi, sou Andreza, novata de vendedor externo...
-Ah, Sim, pode entrar fique a vontade, leve ela até lá flor.
Diz o rapaz, com cara de simpático, já é bom começo...
-Pode se sentar, moça.
 Havia duas cadeiras em uma mesa ela se senta na outra, pergunto o seu nome, se chamava Lorena, ela começa a me explicar as coisas como fuciona e tal... Dois bons começos dois colegas de trabalhos simpáticos e educados, não pareciam ser complicados... Vão chegando um a um... As novatas também... Eles fazem uma oração antes de iniciarem mais um dia de trabalho, a Raquel lê uma historia do abacaxi, falava sobre dois fucionários... Uma reflexão no final... 2 dias de treinamento no outro eu já estava vendendo sozinha, consegui fazer um convênio com a gentil ajuda de Lorena... No outro dia também fiz outro... Poxa é um bom começo para um iniciante... As novatas saíram deixaram o Cartão...  Sábado e domingo, Enem...
Segunda lá estou eu, nesse dia não vendi nada, preocupação, metas, tudo bem eu ainda estava em treinamento, não receberia naquele mês por metas, mas nos outros sim... Então já era um caso a se preocupar...
Meus colegas? Não conheci turma de trabalho melhor... Se todos os lugares fossem assim... Foram poucos dias de convivência, mas foi convivência que ficou marcada... A educação da gerente, tudo fazia aquele sol valer a pena, as risadas durante o almoço... A seriedade que levavam o que estavam fazendo, As piadinhas de Poc... kkkkk.... As voz grossa de Dilton... As garrafinhas cheias de água...
As caras ruins das pessoas que nos atendiam na porta... Ate o xingo do senhor duvidando do convênio... Cartão você valeu a pena!
Terça feira... 27-10, aproximadamente 11:00 da manhã, naquele dia eu já tinha conseguido fazer 2 convênios, e já havia agendado outro, ótimo sinal o dia só estava começando. Uma ligação.... Fui encaminhada, para um Super mercado conhecido... Já iria fazer o atestado de admissão, naquele mesmo dia, Uma decisão... Ficar ou ir... As metas.... Apenas isso... A segurança que o Super mercado me daria, tudo bem eu fazeria meu salário ganhando por comissão, fazeria menos ou fazeria mais... Pode ser que em um mês fazeria o dobro... Mas era incerto... A decisão? Deixar o Cartão e novamente embarcar na carreira solo...
Se valeu a pena o sol? valeu muuuito! a experiência, as pessoas que conheci...
Hora de conversar com a Raquel, e avisar o meu desligamento, e tem coisa melhor do que uma pessoa confiar em você e dizer que se precisasse, as portas estariam abertas?
Eu não disse que o limão viraria limonada? e como virou... Experiência é uma bagagem, inquestionável... Os colegas de trabalho, valeu a pena conhece-los...
Cartão de Todos, prazer conhecer você!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Rastros de infância : Lamentos à Amora#links

Rastros de infância : Lamentos à Amora#links

Lamentos à Amora

   Segunda feira, 22 de Janeiro de 1945, Pirapora Minas Gerais
   Querida Amora, desculpe mas não posso lhe cumprimentar, meus sentimentos são rápidos demais para esperarem tais segundos do deslizar da caneta, fique apenas com meus lamentos é o que posso fazer por enquanto.
Não sei você mas depois de tudo isso eu ainda me lembro, não sei você, mas minha ira passou tão rápido que quando fechei o portão e te deixei lá fora, já estava em soluços de arrependimento...
Querida saiba que eu me lembro, eu me lembro dos seus olhinhos diminuírem ao passar pela fumaça na rua, eu me lembro tanto do seu vestido, como ele realçava a sua beleza! Ao passar por lojas  femininas, todas te lembram, o rosa queimado que você tanto gostava, os casacos de lã que você sempre usava no frio, você se lembra do que eu havia lhe prometido? que te compraria luvas, suas mãozinhas ficavam dormentes no frio! foi uma pena o tempo não ter esperado mais um pouco eu queria ter lhe atendido esse pedido.
Lembras da chuva? Eu nunca me esqueço dela, pois lembro como você gostava de admira-la no segundo andar da biblioteca, eu ainda vejo os seus olhos gravando cada gota que deslizava pela vidraça, me arrependo tanto de não lhe ter emprestado meu casaco esse dia, me arrependo tanto de não  lhe ter abraçado na chuva, de não ter te carregado em cada poça de água que encontrasse, me arrependo de não lhe ter recitado o poema que tanto gostava...
Porque motivo nos afastamos? Eu nem me lembro mais... Ah sim! foi por ela, pela sua graduação, mas não podíamos continuar? alias, não é tão longe assim, eu poderia sim lhe visitar. Como arrependo de ter lhe dito essas palavras: Não dá mais como vamos estar juntos estando longe? Sim, poderíamos estar perto estando longe, eu te amaria, e o meu amor me traria você todas as manhas na minha janela, eu ouviria a sua voz em cada esquina, eu lhe visitaria todos os meses, e sempre te levaria bombons, e claro as luvas também.
Amora, como eu gostaria de voltar ao tempo, escrevo sobre trilha sonora que você mais gostava, ao canto dos pardais após a chuva, o tempo continua tão fresco desde quando você saiu daqui, a rua esta úmida como você gostava, há casais de mãos dadas passeando pela rua. há velhinhos lembrando da juventude e contando às crianças.
Hoje faz 1 ano... Se ainda lembras responda-me.
Gustavo Rocha.

A chuva


Um temporal no final tarde... Poderia haver coisa melhor?
Nos escondemos em uma farmácia e da porta dela, me pus a reparar as expressões que as pessoas faziam com a chegada da chuva, de frente a clínica médica um rapaz com um rosto impaciente lutava contra o vento ao ver seu guarda chuva ser quase levado, um senhor que vendia biscoitos de queijo na rua colocava sacolinhas plásticas  para cobri-los,  uma menininha sobe as escada da farmácia feliz e contente com sua sombrinha da galinha pintadinha, em companhia de sua mãe a  farmácia enche, e tenho uma leve impressão  que não foi por busca de genéricos ou coisas do tipo, a chuva deu uma amenizada enfim resolvemos sair do nosso porto seguro afinal era apenas uma chuva e muito bem vinda por sinal, cabelo com chapinha? já era! o que importa? Aquele arzinho vapor quente batendo sobre o rosto, aquele vento que fazia cabelos roupas e tudo ser molhado.... O que importa? eu esperei  tanto por isso.
Descendo o morro um senhor sai correndo em meio a chuvarada com a sombrinha fechada e exclama: Que isso meninas fecha essa sombrinha! é tão engrado ver a alegria das pessoas ao receber uma coisa tão simples e natural, eu me pegava sorrindo até com um carro em alta velocidade que nos lançava um spray de agua suja, era enxurrada pra ninguém botar defeito sem exageros, o jeito é tirar a sapatilha! eu sempre sonhei com isso retirar os sapatos em meio a um temporal, sentir o vapor frio ou quente do asfalto sobre os nossos pés, tudo bem haveria um risco, uma leptospirose ou coisa do tipo, mas vai um descontinho né? Meu sonho de criança sendo realizado em pleno centro da cidade!
Acredita que quase fui levada pela enxurrada? Se não fosse os conselho de minha mãe: Drezoquinha não tire os pés do chão se não você cai! se não fosse isso Drezoquinha já estaria no chão... Hum... Mas quem são aquelas moças escondidas debaixo de uma marquise de uma loja? Ah sim, me lembrei aquelas moças que à 30 minutos atrás nos ofereceu água gelada enquanto subíamos para o centro, é hoje não foi um bom dia para um comércio de água... Quase na rua de casa um rapaz todo molhado sorria ao conversar com seu amigo, Minha sombrinha de rendinha rosa? Não valeu de nada! só pra sol, mesmo! Agora é ir para igreja e calçar minhas botinhas pretas, Que delicia quanto tempo!
Só me faltou agora os biscoitos de queijo do senhor com café!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A seleção

Parece ser interessante, então vamos trabalhar para nosso amiguinho aqui é? ele que nos ajuda tanto?Pois bem então seremos pesquisadores do nosso inteligentíssimo Google? Tudo bem é temporário sol e sol, portas e portas , mas vai valer a pena...
Depois de explicar tudo sobre a nossa contratação temporária, andar de estabelecimento em estabelecimento , sol a sol, benefícios e tudo mais, ele se retira, trás algumas folhas e vai distribuindo um em um...
Hum... redação, moleza não é problema pra mim... Tema livre, mais moleza ainda!... Moleza... Moleza... Moleza... O que eu escrevo hein? Aí meu Deus branco branco, branco,... depois mais um branco... Profissional... Dissertar Andreza, você precisa dissertar, dissertar o que? Eu poderia escrever uma apresentação já escrevi isso antes.... como começo? não me lembro como comecei antes. Caneta em mãos sem folha de rascunho, apenas eu e minha caneta meu cérebro que me deixou na mão, política... eu sou péssima em politica... Poesia... Ficando doida menina! só falta você falar sobre miojo... Meu Deus o que eu faço? branco... branco... Minha mente poética falava a todo instante eu só conseguia pensar em poesia... vamos Andreza você consegue você já fez isso antes e se deu bem... Eu só me lembrava de Cotidiano apenas isso, me imaginava escrevendo sobre minha situação, sobre o gato da minha irmã eu já tinha lido antes que escrever coisas pessoais em processos seletivos  jamais... Possibilidade descartada...
Crônica! isso garota! Hum.. peixinhos coloridos lição de moral no final... Será que eles tem uma mente tão poética quanto a minha hein? Será que sabem dissertar alguma coisa? de certo estão escrevendo como profissionais... E eu com minha crônica idiota... Mas será que sabem desenvolver? ou simplesmente vão dar a seguinte narração: "Tempos de crise, todos estão desempregados, falta emprego o governo não faz nada. Dilma poderia dar mais empregos poderia falar menos e pensar mais, Eu preciso dessa vaga pois recebo minha última parcela do seguro nesse  mês tenho meu Smarphone parcelado eu preciso de emprego meus pais dizem que sou preguiçoso. Escolhi essa vaga porque sei que Google é o maior site de buscas do planeta".
Meus pensamentos durou uns 2 minutos e parece que foi uma eternidade, todos já estavam rabiscando sua folhinha... 10 minutos saí a primeira pessoa... Hum? na mesma hora saí outra...
Crônica meu Deus eu estou escrevendo uma crônica, para um processo seletivo? Sim, uma crônica... Hum... mas eu sei desenvolver... Saí outro e outro... Meu Deus será que sou tão burra assim hein?
Com quinze minutos a sala já estava vazia... Apenas eu e minha crônica idiota...
Resumi e resumi...  Eu não acredito que fiz uma crônica! Tema livre idiota porque não disse o que queria de uma vez? tudo bem eu dissertaria, Introdução, desenvolvimento conclusão... Daria solução aos problemas, ou narraria.... Descreveria.... Mas porque deixar a minha mente corriqueira tão solta hein? Você sabe que daria nisso mesmo... Andreza Chega de crônicas poesias vamos dissertar o mundo! Dissertar a politica, o meio ambiente... Dissertar narrar. dissertar, vamos clicar mais nos links de políticas de meio ambiente.... Dissertar dissertar é o que  eu penso agora...
Eu e minha crônica idiota desenvolvida lição de moral, quem quer saber de suas lições Andreza? Você quer saber Google? Eu e minha crônica idiota.... Será que o recrutador gosta de crônicas hein?
 

domingo, 18 de outubro de 2015

O beijo do Hotel de Ville




Eu adorava folhear as páginas dos meus livros didáticos, principalmente Português e História, e foi em uma dessas sessões de páginas folheadas que há encontrei: foi amor a primeira vista, desde então passei persegui-la pela internet. O casal é lindo! a roupa da moça mesmo tendo sido há 65 anos atrás continua sendo um charme aos meus olhos! Os cabelos, a roupa elegante do rapaz, até o olhar paralítico do senhor atrás, tudo trabalhou em plena sintonia com a foto, chegamos a ter uma impressão que as roupas continuam estando na moda no nosso século!

Essa foto foi registrada em Paris, 1950, pelo fotografo Robert Doisneau, nomeada como o "beijo do Hotel de Ville". O forte de Doisneau era fotografar fatos do cotidiano, e a primeira coisa que vem a nossa mente é que Doisneau estava passando por ali e flagrou os jovens se beijando e tirou uma foto naturalmente, mas para minha surpresa não foi bem assim, Robert teria que apresentar fotos a revista Life registrando o ar romântico de Paris para uma matéria. Li muito por aí que o casal não eram realmente namorados eram dois jovens atores pagos pelo fotografo, mas há também o segundo lado que afirma que os jovens seriam sim namorados, e foram flagrados pelo fotografo enquanto se beijavam, e a pedido de Robert repetiram a cena em três lugares de Paris e em um desses o Hotel de Ville, há também a terceira opção que o casal de namorados estavam perto da escola onde faziam teatro e foram abordados e orientados a se beijarem para pousarem para a foto, Françoise Bornet ou Delbort, e até mesmo Bobbet,(foi o que encontrei) tinha 20 anos na época, e o jovem Jacques Carteaud 23 anos. Depois de muitos supostos atores alegando serem o casal da foto, e reindivicarem seus direitos, a verdadeira identidade foi descoberta em 1992 quando Françoise apresentou a Robert a cópia original da fotografia na época autografada por ele. "Eu nunca teria tirado a foto de um casal se beijando sem o consentimento deles, a maioria dos casais fotografados não eram autênticos". afirmou Robert após a inúmeros supostos verdadeiros casais alegando serem os atores sem direitos pagos...

A foto ficou guardada nos arquivos da empresa onde Robert trabalhava na época por 30 anos, até que uma empresa de Posters a comprou foram mais de 500 mil cópias vendidas e se tornou ícone do romantismo em todo o mundo.

Depois dessa foto mais que romântica e inesquecível na história o mínimo que poderia ter acontecido ao casal era terem se casado e "viverem felizes para sempre", mas a realidade também foi outra, Françoise se casou com Alain Bornet diretor de documentários, e o nosso pobre Jacques Carteaud se tornou vinicultor até a sua morte. Françoise leiloou a cópia da foto em 2005, por 153 mil euros.

Como nossa cabecinha romântica imagina tanto né? A primeira vez que eu à vi imaginei um monte de romantismos na cabeça, o casal estava se despedindo enquanto a moça esperava um bonde para voltar para casa, ou até mesmo o rapaz estava indo embarcar para uma viagem a qual demoraria alguns dias e só se voltariam a ver tempos depois, imaginei os olhares das pessoas da época com aquele "inusitado" beijo, as ruas de Paris ainda estavam úmidas pela chuva das 16:00, o ar estava fresco e úmido, os pardais cantavam, o tempo ainda estava nublado e sol se mostrava vagarosamente entre as nuvens... Na realidade era frio né? os casacos, dos personagens evidenciam isso, mas inventar nunca é demais! imaginar que esses dois velhinhos estariam juntos até a morte e teriam uma história de amor a nos contar, a beleza da foto é inquestionável, mas como seria bom se esses dois fossem separados apenas pela morte! mas realidade é realidade não se questiona e nem muda!
 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Os peixinhos!

 
-Olha eu vou e já volto e quando eu voltar se vocês tiverem matado os peixinhos por maldade eu nunca mais dou vocês outros hein?


Diz o pai como se já lhes dessem uma frase moralista: Não mateis os peixes da terra!

Sabe quando você sem querer ouve uma conversa de vizinho e você curioso para saber o final do enredo põem-se a parar o que está fazendo e sensibiliza os ouvidos? pois bem, é o que me ocorreu alguns dias atrás...

Eu estava na área quando de repente ouço essa frase acima, não me lembro o que eu fazia mas confesso, eu fiz feio, aprimorei os ouvidos só para saber o final da aventura das criancinhas daquela casa, um casal de garotinhos.

-Nossa gente vocês são difíceis demais bem a mãe de vocês falam, eu não acredito que vocês mataram os peixes por maldade!

A mãe rapidamente aparece na varanda ao ouvir as palavras: matar, peixes, detergente, desperdicio, dinheiro jogado fora.

-Porque vocês mataram os "pexe"!!! Quem matou os "pexe" colocando na água com detergente?!

-Eu matei mãe.

Responde uma voz tímida e apreensiva após o ato do crime com voz de culpado mas tão pouco arrependido.

-Marcos você matou os "pexe" colocando na água com detergente!?

Eu queria ouvir mais, mas não foi dessa vez...

O que teria passado na cabecinha de Marcos em ter a ideia de jogar os pobres peixinhos no suposto holocausto hídrico?

Seria a curiosidade de saber a reação dos peixinhos ao agonizar na água tóxica?

Faço essa pergunta porque quando criança já tive esse meu lado malvado, essa curiosidade em saber a reação da vida até seu último fôlego, ou simplesmente a pergunta que já soou muitas vezes na minha cabecinha de criança: O que será que acontece se eu colocar esse bichinho aqui hein? ou, será se eu fizer assim ou assado ele morre?

È uma atitude que tão pouco me dá orgulho mas os pobrezinhos dos insetos já sofreram comigo principalmente formigas. Eu adorava ficar olhando por horas aquelas formigas cabeçudas(formigas facilmente encontradas na fazenda onde morava) dando duro pelo pão de cada dia carregando folhinhas e mais folhinhas para dentro da casa, gostava de ajuda-las a carregar as suas folhas, mas em meio há essas ajudas também aconteciam "assassinatos", ora sem querer ora por querer, eu gostava de aprecia-las trabalhando e não entendia o porque as vezes batia aquela curiosidade em matar algumas de vez em quando.

Até que... Lembra daquele filme Lucas o intruso no formigueiro? pois bem, ele me fez sentir remoço em fazer tal crueldade, eu via como as formiguinhas agonizavam e faziam de tudo pela sobrevivência, e depois ter que recontruir tudo... Elas tinham família...

O chefe das formigas falou uma frase a qual ficou marcada: "Fazem isso por nada, o que fizemos para que seja feito tal crueldade?"
Eu adorei o filme e o assistir um monte de vezes, sim ele me deu uma liçaõ de moral, Lembrava das balinhas que elas chamavam de pedra doce no formigueiro, da lagartinha que excretava uma espécie de gelatina verde, a qual era apreciada e favoritada pelo formigueiro, lembrava dos olhinhos grandes da formiguinha principal... E acompanhada dessa lição também havia medo, medo de suceder comigo o que ocorreu com Lucas, de ser atingida por aquelas arminhas de encolhimneto desenvolvidas por um dos principais personagens formigas, o rival número 1 de Lucas.

Fiz primaveras e percebi que era impossível formiguinhas desenvolverem aquelas armas "fatais", e junto com o tempo percebi o quão menina malvada eu estava sendo e dentro de mim nasceu um sincero arrependimento. Não fazia mais aquilo por medo e por compaixão mas apenas por reconhecer que eram seres vivos sentiam dores como seres humanos sentem, e mereciam estarem vivas como eu estava, percebi como era feio uma menina fazer um ato tão mesquinho.

È engraçado como vamos mudando com o tempo como detalhes tão simples fazem toda a diferença na nossa personalidade, como nossa ingenuidade de criança aos poucos vai dando lugar a razão. A vida nos forma sem percebermos e quando damos por nós já somos o que somos, não matamos mais formiguinhas inocentes, não descemos um morro em cima de uma bicicleta sem freio, não arriscamos nossa vida tentando pegar uma flor aquática em cima de uma estreita ponte de madeira.

A inocência de criança nos cega em reconhecer atos perigosos e inconsequentes, somos levados por uma emoção inocente que lentamente vamos deixando para trás sem perceber que mudamos...

Como é bom olhar para o passado e perceber que fomos formados com o tempo!

Como é bom lembrar que um dia fomos tão inocentes! que até uma areia na varanda te dava milhares de ideias de brincadeiras! Hoje como jovem adulta percebo como é bom dar valor a coisas tão simples que nos fazem crescer e apreciar a vida!

Pobres peixinhos dourados, peixinhos do mar, peixinhos tirados do seu lar infinito levados para uma casa onde pensaram encontrar a verdadeira paz de espírito

Peixinhos brejeiros, peixinhos ligeiros que nadavam circulosamente, no fundo do aquario de vidro.

Agora as plantinhas artificiais caídas sobre o fundo daquele mar minúsculo ainda guardam as poucas salgas na memória daquelas criaturinhas escorregadias que alegravam os seus dias.

Saudações aos peixinhos, que me fizeram enxergar beleza de vida em tão simples detalhes!