domingo, 27 de dezembro de 2015

Então é Natal...

Véspera de natal volto do trabalho, bares e restaurantes fechados, orla da lagoa vazia, sob a claridade de luminárias com lâmpadas amareladas, árvores sem pisca piscas, então é natal? pois nem parece... Apenas uma árvore de natal artificial com luzinhas verdes brilhantes no meio da lagoa enfeitava aquela noite, Ah! e a lua, sim, ela enfeitava aquela escuridão solitária, e algo a mais a enfeitava... Rodeamos a lagoa e conversávamos alguma coisa que não me lembro, até que ouço um instrumento desafinado, acalentava uma melodia que não existia, eu não sei, uma ''coisinha'' solitária e inofensiva sentada no banco, de frente para a lagoa, de boina, cabelos cacheados, ele tocava com grande esforço uma flauta de madeira, sim, aquela poesia tocava para a lua e como agradecimento ela se refletia nas águas que sacubiam em pequenas ondas, e me distanciando-se aos poucos sentia em deixar aquela melodia desafinada e desconhecida, e descaradamente olhava para trás com intuito de capitar os minutos finais daquele ser poético que enfeitara a minha noite, criei perguntas em minha mente o que fazia sozinho no vespir da noite aquela criatura juvenil poética? Ora mas era praticamente natal! Haveria convidados em sua casa a sua espera, preparativos para a ceia, poesia volte para a casa a obrigação de bom moço te espera, ou talvez não haveria ninguém a sua espera isso seria a explicação de recorrer aos encantos da lua ela o ouvia e o entendia ela o aplaudia, e refletida nas águas sorria para ele. Como o para sempre sempre acaba, embarquei na lotação e imaginando aquela poesia da lagoa, segui rumo ao meu destino final, e como versos releio todas as noites sem saber sequer o nome do autor daquela meiguice inspiradora.

As surpresas natalinas ainda não haviam terminado parece que naquele dia o universo resolveu me presentear com coisas inesqueciveis, desço no meu ponto, em frente uma casa ouço uma criança gritar para mim, porém me chamava por outro nome:

-Vanessa você estava naquela lotação?

-Não é Vanessa Bernado é Andreza!

-Andreza!

Aquela criaturinha ainda se lembrava de mim, filho de uma cliente do local onde trabalhava, confesso que pela primeira vez na vida uma criança fez os meus olhos mergulharem em lágrimas, dei um beijnho nas suas bochechas que outrora eu adorava aperta-las, e encolhendo-se como bichinho assustado sentiu-se sastifeito com um gesto de carinho...

Sim, parti rumo ao meu destino, e chegando em casa contei a minha irmã sobre a coisa linda da lagoa ela o tranformou em poesia, em poesia da lagoa a qual releio em minha mente todas as noites.