segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Como se fosse o futuro




Você entra com olhar avermelhado e triste de sempre, com o guarda chuva nas costas passa pelas batatas palhas e as aperta como se estivesse as examinando.

Vai até o hortfruti e faz o mesmo com as verduras, de longe eu te observo sim, um olhar triste e parado como se não tivesse mais expectativas, será as manchas pelo seu corpo? Continuo a te obeservar como se você fosse minha obra prima, e você sabe disso, você sabe que te observo porque você se parece com meu futuro é como se o futuro pudesse olhar para mim, é como se ele quisesse me dizer alguma coisa, é como se houvesse mais alguém como você. Um temporal, as águas vermelhas ficam a ponto de invadirem o supermercado, as pessoas observam a chuva admiradas paradas à porta, mas você sabe que você é o personagem principal do meu quadro, o personagem, com o guarda chuva em mãos, o personagem de cabelos brancos, o personagem de rosto triste e amargurado, você observa duas moças conversando ao balcão e as olha com ar de curiosidade sem maldade, e por um momento você se tornou outra pessoa seu rosto se transformou e tomou uma expressão de sastifação, mas apenas por um momento, você vira-se e olha a chuva novamente, com o olhar de sempre, olhar vago e parado nas aguas vermelhas da enxurrada. Eu não te vejo ir embora, quando olho você não está mais lá como sempre faz;

Como pode se parecer tanto? na praça sentado olhando os pombos brincarem em um canto, sentado com o boné acinzentado, você e seu amigo agora observam a rua você e seu guarda chuva sozinhos, observam a vida em movimento, eu os olho e passo como se não houvesse importância alguma para mim, passo e dou as costas com a certeza, de que algém vivera a mesma vida, como se o futuro ou o presente quisesse me alertar. Você sabe que te observo, talvez não saiba, mas isso não faz mais sentido, isso não é contagioso e você pode sorrir, como qualquer outra pessoa faria. Boa tarde, obrigada, sacola? Não me responde apenas vai embora e toma o seu destino. È como se houvesse mais alguém pedindo socorro é como se a sua vida fosse convertida em mais alguém, isso faz sentindo? Porque me dá vontade de desabar? Porque uma certa afinetada insiste em alfinetar meu coração quando olho para o seu rosto? Sim talvez seja, talvez seja uma certa sensibilidade em olhar as dores alheias.

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