quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cronometrando pensamentos



As flores já estão murchas e acho que já não servem mais já faz um semana e agora parecem morrer aos poucos, talvez elas já queiram isso desdes que foram arrancadas da flor mãe... Dê esse gosto à elas deixem-as morrer.
Na cozinha há alguém movimentando quase todo o tempo distrai-se como uma xícara de café nas mãos e uma música lenta embala seus pensamentos, se dispõem de tudo, e posso prever o que ela pensa nesse momento: -Sim, faz algum tempo que não pensava em si mesma já fazia algum tempo que já não era ela, já havia mudanças, progressos e regressos, e ela sentia-se feliz com isso.
Na sala alguém olha no espelho e arruma os cabelos e posso prever que naquele momento senti-se satisfeita com o que vê.

No terreiro um gato brinca entra as plantas e fica saciado ao encontrar um calango, depois de devora-lo espreguiça-se no sofá da sala, quem pensava nas flores levanta e o expulsa do estofado, com medo e furioso toma o seu rumo e se apodera de sua caixa habitual e nesse momento dorme...
Alguém toca o interfone estragado, quem se olhava no espelho atende o portão, o simples vendedor de biscoitos, saí decepcionado com a venda mal sucedida mas agradece, ela porém entra no quarto pensando neles, nos biscoitos, como ficariam ótimos no paladar com um chá de erva cidreira....
Quem pensava nas flores agora olha alguma coisa no computador, uma música antiga nesse momento é trilha sonora enquanto lava as vasilhas.
Quem se olhava no espelho e atendeu o portão deita-se na cama e vê alguma coisa naquele Galaxy fora de linha e senti- se decepcionada ao olhar a foto de quem admirava algum tempo.
O gato que era ressequido agora se tornara gordo não por causa do calango mas pelo pratinho de comida cheio a cada dia, deitado na caixa lembra-se de seus tempos de rua e recorda do dia em que foi resgatado, lembra-se também de uma pessoa que não fazia mais parte daquele clã e tenta descobrir o motivo, ouvia seu nome uma vez e outra lembra-se da expressão de alívio da irmã da menina que olhava no espelho e que atendera o portão, se lembrar daquele nome, com expressão de alívio ao notar que ele não fazia mais parte dali.
Cronometrada nos pensamentos quem pensava nas flores, olhava o computador e lavava as louças, novamente se senta a mesa e termina de escrever o que escrevia...

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